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Perfil: Ray

Perfil: Ray

Perfil: Ray

  • Posted by Igor Ramos Igor
  • On Maio 15, 2024
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  • A bola do jogo, Futevolei, Futevolei Brasil, Ray
  • Cidade Natal: Vitória – ES
  • Residência: Cariacica – ES
  • Altura: 1,57
  • Local de treinamento: CT do Coleta e Praia CT do Lula
  • Inspirações: Vinicius, Lana e Lane

Ray nasceu e cresceu em meio à areia e ao sol, onde o som da bola ecoava constantemente no quintal de sua casa em uma pacata cidade litorânea. Desde cedo, o futevôlei fazia parte do seu cotidiano, pois seu pai, apaixonado pelo esporte, não poupava oportunidades para jogar com os amigos. Por estar tão próximo, Ray viu no futevôlei seu primeiro contato esportivo, mas não o que imaginava ser sua vida inteira.

“Sempre morei nessa casa que tem uma quadra de futevôlei, onde nasci. Meu pai já jogava com os amigos dele, então eu sempre tive contato em primeira mão com o futevôlei”, relembra Ray.

Apesar de gostar do futevôlei, Ray experimentou outras modalidades, desde judô até bodyboard. O bodyboard, em particular, cativou seu interesse, mas não foi o bastante para superar o vínculo especial que tinha com o futevôlei. “Fui percebendo que era o que eu gostava, eu não conseguia ficar sem jogar”, diz Ray. O esporte, que ela não imaginava fazer parte de sua vida para sempre, tornou-se sua paixão quando percebeu seu talento natural e rápido desenvolvimento.

Contudo, o caminho até o sucesso não foi fácil. Ray enfrentou desafios, especialmente a relação tumultuada com seu pai, que, ao mesmo tempo em que a incentivava, a pressionava a treinar incessantemente. Houve momentos em que ela cogitou abandonar o futevôlei para escapar da pressão, mas sua paixão pelo esporte sempre falava mais alto.

“A gente brigava muito, ele ficava muito no meu pé. Teve várias épocas que eu falei, ‘não, não quero mais futevôlei’. Isso foi entre os 14 e 16 anos. Antigamente eu parava, ficava sem treinar e não queria ver futevôlei lá na frente”, revela.

Aos 12 anos, Ray disputou seu primeiro campeonato brasileiro, que marcou o início de uma relação ainda mais intensa com o esporte. “Depois que eu vi que era isso que eu quero mesmo, mesmo meu pai enchendo a minha paciência, que eu vou continuar nisso aí “, afirma.

Ray sempre foi talentosa, mas relutava em treinar intensamente, pois achava que não precisava. No entanto, à medida que o nível competitivo aumentava, ela percebeu a necessidade de se dedicar mais. O esporte mudou sua personalidade, tornando-a mais paciente e resiliente diante das adversidades.

Hoje, Ray é uma referência no futevôlei, uma atleta admirada por sua habilidade e determinação. Sua jornada, marcada por desafios e superações, é um exemplo de como o amor pelo esporte pode transformar vidas. E ela continua firme, pronta para escrever novos capítulos em sua história no esporte.

Superação e determinação

Uma das jovens promessas do futevôlei brasileiro, enfrentou desafios significativos em sua jornada para se destacar no esporte. O primeiro obstáculo de Ray foi de ordem financeira. Criada em uma família de condições modestas, ela viu-se obrigada a trabalhar desde cedo para ajudar nas despesas.

“Por minha família não ter uma condição, a gente não é rico, nossa condição não é das melhores. Então assim, eu sempre tive que trabalhar”, revela Ray. Para conciliar os treinos com a necessidade de ganhar dinheiro, ela começou a dar aulas de futevôlei. No entanto, essa dupla jornada acabou se revelando extremamente desgastante. “Aí o maior desafio foi essa época que eu tive que dar aula e mesmo assim treinar, e aí eu ficava muito cansada. Muito cansada mesmo”, relata.

A falta de apoio financeiro e patrocinadores também foi um grande desafio. Durante cerca de três anos, ela se viu em uma situação em que, apesar de seu talento no esporte, não tinha recursos para se dedicar integralmente ao futevôlei. “Parecia que eu não ia para frente, eu ficava estagnada naquilo ali”, explica. Essa situação a levou a questionar seu futuro no esporte e considerar alternativas de emprego.

No entanto, apesar das dificuldades financeiras, Ray persistiu e encontrou uma maneira de superar esses desafios. “Essa época foi desafiadora porque eu não conseguia me dar 100% no treino porque eu ficava cansada. E eu também não poderia deixar de trabalhar porque, pô, minha mãe não tem condição de ficar me dando dinheiro”, contou. Mas, com determinação e foco, ela conseguiu conciliar o trabalho com os treinos, mantendo-se firme em seu objetivo de se destacar no futevôlei.

Além dos desafios financeiros, também teve e ainda tem que abrir mão de momentos importantes com a família e amigos para se dedicar ao esporte. “É deixar de ir a uma festa para ter que treinar no outro dia de manhã. É deixar de fazer viagens com meus amigos, deixar de estar com minha família”, relata. Esses sacrifícios foram particularmente difíceis para Ray, que valoriza muito os momentos de convívio familiar.

“Às vezes, tipo assim, eu estou viajando, meu pai ou minha mãe mandam uma foto no grupo da família de todo mundo reunido. E só eu que não estou. Eu podia estar lá porque é um momento especial. Eu gosto de estar com a minha família também, esse é o maior sacrifício”, lamenta.

No entanto, apesar de todos os desafios e sacrifícios, Ray nunca perdeu de vista seu sonho de se tornar uma das melhores atletas de futevôlei do mundo. Sua história de superação e determinação é um verdadeiro exemplo de como a paixão e a perseverança podem levar ao sucesso, mesmo diante das maiores adversidades.

Da inspiração à referência

Ray encontrou inspiração em diversas figuras do futevôlei ao longo de sua jornada. Desde o início, ela admirava Vinícius, um jogador de estatura semelhante à dela. Lana também foi uma referência importante para Ray, sendo a mulher com mais títulos no futevôlei na época em que ela começou. No entanto, foi com Lane que Ray desenvolveu uma conexão especial e uma admiração profunda. “Hoje a que eu mais admiro é a Lane”, confessa Ray.

Ao longo do tempo, Ray percebeu que ela mesma se tornara uma referência para outros no esporte, mesmo que inicialmente não se visse dessa maneira. “Eu mesmo não me via como exemplo para as pessoas”, admite. No entanto, o reconhecimento de sua influência veio gradualmente, à medida que ela percebia o impacto positivo que tinha sobre os outros.

Esse reconhecimento a levou a adotar uma postura mais responsável e consciente de seu papel como modelo para os outros. “Eu tento passar para as pessoas a minha melhor versão, a minha melhor parte, para eu conseguir ajudar mesmo as pessoas”, explica.

Diante desse contexto, Ray tem uma mensagem para aqueles que estão começando no esporte. “Cada um tem seu tempo”, enfatiza. Ela ressalta a importância de respeitar o próprio ritmo de evolução e de cercar-se de pessoas positivas e influentes.

“É importante as pessoas respeitarem o tempo delas mesmo”, aconselha. Além disso, ela destaca a influência do ambiente e das pessoas ao redor na trajetória de um atleta. “Ficar ligado no ciclo que você anda, as pessoas, ambiente”, sugere.

Ao refletir sobre sua jornada, Ray reconhece não apenas as dificuldades que enfrentou, mas também o poder transformador do esporte em sua vida e na vida daqueles ao seu redor. Sua história é um testemunho inspirador de perseverança, determinação e impacto positivo. E, através de suas experiências e palavras, ela continua a inspirar outros a seguirem seus próprios sonhos e a alcançarem seu pleno potencial no futevôlei e além.

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